A demanda por licenças de navios de pesca industrial, alguns com registros de pesca ilegal, ameaçará a pesca senegalesa, a segurança alimentar e os meios de subsistência, diz a Environmental Justice Foundation (EJF).
Um total de 53 navios adicionais solicitou licenças que, se concedidas, aumentariam a frota já com excesso de capacidade em um terço.
As principais populações de peixes já estão com sobrepesca e os cientistas alertaram que o volume de capturas na região deve ser reduzido em pelo menos 50%. A associação de pescadores de pequena escala do Senegal, a APRAPAM e a associação de armadores industriais, GAIPES, pediram que o governo recuse as licenças.
A exploração ilegal é um risco real no Senegal, diz a EJF. Vários dos 53 navios têm um histórico de pesca ilegal e são levantadas dúvidas sobre a verdadeira propriedade desses arrastões. A APRAPAM e o GAIPES alegam que 52 dos navios são de propriedade chinesa e, embora a EJF não tenha conseguido confirmar isso, confirmou que 90% da frota de arrasto no Gana está realmente vinculada à propriedade chinesa, apesar da proibição da propriedade estrangeira neste setor.
A situação é semelhante no Sengal, afirma o EJF e o GAIPES, com o último apontando para “contratos obscuros” em sua carta aberta ao Ministério das Pescas.
“Se os verdadeiros proprietários são desconhecidos, eles são protegidos e podem se beneficiar de práticas ilegais com baixo risco de detecção”, disse o diretor da EJF, Steve Trent. “Seria um erro grave para o Senegal abrir seu registro, tornando-se um paraíso para aqueles que buscam lucrar com a pesca ilegal”.